Fisiatria
O que é a Fisiatria?
Fisiatria ou Medicina Física e Reabilitação é a área da medicina responsável pelo tratamento de uma ampla variedade de doenças que geram algum grau de incapacidade, o que engloba desde casos mais leves - como uma dor nas costas (lombalgia) - até lesões mais graves como seqüelas de um derrame cerebral (acidente vascular cerebral). Seu principal objetivo é restabelecer as funções prejudicadas pela doença, utilizando múltiplos recursos e, muitas vezes, trabalhando em associação com outros profissionais de saúde. A especialidade surgiu nos anos 30, inicialmente tratando de distúrbios do sistema músculo-esquelético e neurológico; mas foi após a Segunda Guerra Mundial que ganhou impulso pelo grande número de combatentes que retornaram com lesões físicas graves. No Brasil, é reconhecida como especialidade médica desde 1954. Qual o papel do fisiatra no tratamento? O médico fisiatra pode trabalhar de diferentes maneiras: atendendo um paciente diretamente, atendendo junto a uma equipe multidisciplinar ou, ainda, atuando como consultor para outros especialistas. Na atuação direta, o fisiatra atende seu paciente ouvindo sua história, o examinando atentamente e solicitando os exames necessários para o diagnóstico. A partir daí, estrutura o tratamento que envolve a prescrição de medicamentos e procedimentos - como infiltrações -, acupuntura e indicação para fisioterapia, terapia ocupacional, psicoterapia e terapia nutricional, conforme as necessidades do caso. Os casos de lesões graves (com maior grau de incapacidade) geralmente são mais bem abordados por uma equipe multidisciplinar que envolve vários profissionais como fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, enfermeiro, psicólogo, fonoaudiólogo e assistente social, entre outros. O fisiatra atua como coordenador da equipe, organizando um grupo de discussão (que define em conjunto as condutas a serem tomadas) e responsabilizando-se ética e legalmente pelas terapias prescritas. Outros especialistas médicos também podem se valer de uma consultoria com um médico fisiatra: ortopedistas, neurologistas, reumatologistas, cardiologistas ou qualquer especialidade que atenda doenças incapacitantes. Em várias das doenças atendidas por eles, o fisiatra pode dar valiosa contribuição da sua experiência em reabilitação prescrevendo órteses ou próteses, orientando o uso de meios físicos como o calor, frio e eletricidade, orientação postural e de exercícios para a melhoria da qualidade de vida. Podemos citar o exemplo de um paciente obeso que é orientado pelo seu médico a iniciar atividade física para perder peso, mas não consegue adaptar-se ou encontrar qual a atividade física ideal para o seu tratamento. O fisiatra tem condições de avaliar o risco cardiovascular e o risco de lesão do aparelho locomotor do exercício que será praticado orientando o professor de educação física. Outro exemplo seria de um bebê que teve um problema de oxigenação no parto e desenvolveu paralisia cerebral. O fisiatra é chamado para orientar o tratamento de reabilitação intervindo com tratamento medicamentoso ou solicitando complementação diagnóstica, objetivando o aproveitamento máximo da terapia e prevenindo seqüelas que poderão ter importante repercussão pelo resto da vida da criança. Que diferença faz tratar com um fisiatra? Uma vez que a preocupação da fisiatria é a reabilitação máxima da funcionalidade do paciente, a diferença que pode haver é grande. No caso de uma hérnia de disco, o fisiatra não somente cuida da fase aguda, mas trata do paciente até a completa melhora, encaminhando à cirurgia sempre que necessário. O fisiatra também ensina aos pacientes como evitar lesões futuras. Outro exemplo é uma fratura de fêmur no idoso. Esta situação pode limitar em muito a movimentação; mas, com a reabilitação cuidadosa, pode-se voltar a andar e a fazer exercícios. A fisiatria não se restringe a uma especialidade médica; é um trabalho integrado médico, social e vocacional - de reabilitação. É por isso que a qualidade de vida dos pacientes submetidos ao tratamento fisiátrico melhora significativamente. Fonte Adaptação do folheto da American Academy of Physical Medicine & Rehabilitation. |
|